terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Lembranças Num Diário de Esperanças

Clavo mi remo en el agua
Llevo tu remo en el mío
Creo que he visto una luz al otro lado del rio…

1942 já há 3 anos que começou o sofrimento
A felicidade já foi perdida nos meus pensamentos
Venho de uma família rica de judeus
Mas nem o dinheiro me ajudou! E onde está o meu Deus em quem eu tanto creio?
A estrela de Davi no meu braço direito… fomos proibidos, de andar no passeio
por praga adoecemos…
Por fome morremos…
esquartejados Homens, Mulheres nuas
Eram deixados os seus corpos nas ruas
Pais? Irmãos? Amigos? Elas violadas, Eles espancados
Auchwitz caminho das câmaras de gás
Guerra pela paz?
Paz contra guerra!
Este é o grande império do Fuhrer, na terra
A dor que o meu coração carrega
Estupidez preconceituosa que cega…
fomos torturados, mortos a tiros (escondido num sótão vivo, respiro, suspiro)
Escondido há 4 meses encontra-se o meu eu
Com mais 7 desconhecidos tudo isto por sermos judeus
Éramos 9… um, pela fome adoeceu, morreu, o outro simplesmente desapareceu
Pelo que sei milhões já foram mortos e enterrados, simples estatísticas
nas mãos vermelhas destes fascistas, racistas
Transformadas em dor caem-me lágrimas…
Estamos doentes e cansados
tudo e todos os que conhecíamos foram destruídos, transformado em nada
Shiuuuuu … (Boca calada, fechada)
Conspiram vozes alemãs a preparem uma cilada, uma emboscada
Será que sinto o sol a nascer amanhã?

Rema, rema, rema-a Rema, rema, rema-a
En esta orilla del mundo lo que no es presa es baldío
Creo que he visto una luz al otro lado del rio…

1 comentário:

  1. O tema? Complicado, o genocídio nazi é talvez a pior mancha na história da humanidade. O tratamento? Adequado, realista e sensível. A forma? Subtil, simples e bem conseguida.

    Há a evolução que advém da nossa experiência de vida e do esforço que empregamos nas coisas. "Põe tudo o que és no mínimo que fazes" já dizia Pessoa. Parabéns, eu conheço-te há muito tempo e sei que essa evolução é devida, é justa. As palavras têm um poder imenso, tanto para o bem como para o mal...e é nesse limbo que reside a sua incomensurável beleza...queres escrever cada vez melhor? Então não escrevas palavras, respira-as, sente-as, conhece-as e elas se darão a conhecer a ti...*

    Fábio Nobre

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